Casca de Mandioca na alimentação bovina

Popularmente conhecida como , a raiz de Farinha Euforbiácea, do gênero Manihot é consumida diretamente como alimento, servindo como fonte de energia para milhões de pessoas, além de ser transformada em produtos básicos como a farinha de mesa e a fécula ou amido.

Tanto para a fabricação da farinha ou da fécula, as raízes da planta após serem colhidas precisam ser lavadas e descascadas para eliminar impurezas e substâncias tânicas que escurecem o produto final, farinha ou fécula, além de eliminar também parte do acido cianídrico que se concentra em maior proporção nas entrecascas. Após esta etapa, a mandioca é ralada e prensada resultando na liberação dos amidos e homogeneização da farinha onde seguem para a parte final dos processos para obter a farinha de mesa ou fécula.

Vulgarmente, classificam-se as variedades de mandioca, em “bravas” (mandioca) ou “mansas” (aipim e macaxeira), conforme o teor de veneno que possuem. Anteriormente, pensava-se que eram espécies distintas, sabe-se agora que a toxidez muda entre as diferentes variedades, com a idade das plantas, sob outras condições ambientais (solo, clima, altitude) e forma de cultivo.

O ácido cianídrico (HCN) é um veneno perigoso, a partir de certa dosagem, tanto para o homem como para o animal. A mandioca brava é muito plantada em certas regiões, para o preparo de farinha, pois seu rendimento é maior. A preparação artesanal ou industrial do produto da mandioca (farinha, por exemplo), faz com que se evapore o veneno, técnica já dominada pelos indígenas sul-americanos desde a chegada dos primeiros europeus. A mandioca brava deve ser picada e espalhada em local ventilado e aguardar 24 horas para fornecer aos animais. A mandioca mansa pode ser fornecida fresca sem nenhum problema.

O descascamento da mandioca pode ser feito mecanicamente, através do lavador-descascador ou manualmente, como é tradicionalmente feito na região nordeste. Nesta etapa são produzidos resíduos sólidos (cascas, entrecascas e raspas) que não devem ficar acumulados na área de trabalho evitando o aparecimento de moscas, baratas e outros insetos que contribuirão para a contaminação da matéria prima.

VANTAGENS

A utilização da Mandioca como alimento alternativo apresenta muitas vantagens, entre ela:

  • Rusticidade e facilidade de cultivo;
  • Produção de raízes de 10 a 30 t/ha e parte aérea 8 a 30 t/ha, dependendo se solo, clima, cultivar e tecnologia empregada;
  • Alimentação humana e animal;
  • Pode ser utilizada na alimentação de animais monogástricos e ruminantes, nas formas fresca, ensilada e seca;
  • Permite exploração em condições de alta tecnologia como também em solos
  • marginais e com deficiência de insumos;
  • A triturada e o farelo obtido entram na composição de rações, e podem ser peletizados;
  • Fonte barata de energia;

Raspas de Mandioca

Raspas de mandioca são pedaços ou fragmentos secos de raízes de mandioca. O processo de produção de raspas de mandioca consiste basicamente das operações de trituração ou picamento a secagem ao sol. A produção deve ocorrer no período adequado à colheita da mandioca e quando as condições climáticas são favoráveis à secagem ao sol.

À semelhança da raiz “in natura”, a raspa é rica em energia, pobre em proteína (Tabela 7), pobre em minerais, vitaminas ou provitaminas, mas é excelente fonte de amido (70%). A raspa de mandioca é um alimento essencialmente energético, pois é pobre em proteína (2-3%).

Em razão do seu baixo conteúdo de proteína, as pesquisas mostram que a raiz de mandioca pode substituir o milho desde que devidamente suplementada com proteína.

Rendimento

O índice de eficiência na produção de raspa de raízes de mandioca situa-se de 30-40%, isto é, para cada 1.000 quilogramas de raízes são produzidos de 300 a 400 quilogramas de raspa, dependendo da variedade, idade da planta , umidade inicial, densidade e condições climáticas.

Armazenamento

O armazenamento da raspa seca pode ser feito à granel ou em sacos de aniagem ou ráfia, com capacidade de 30 a 40 quilogramas, tendo o cuidado de compactar bem o produto e colocá-lo em local com boa ventilação, alta temperatura, baixa umidade relativa e protegido da chuva. Para evitar o desenvolvimento de bactérias e fungos, que ocasionam transtornos nutricionais e sanitários, o material armazenado deve estar desidratado de forma homogênea, com umidade que não exceda 14%.

Considerando que a produção de mandioca voltada para a fabricação de farinha de mesa se concentra na sua grande maioria em propriedades rurais e que neste contexto existe uma necessidade de gerar recursos além de uma preocupação com o destino dos resíduos oriundos deste trabalho estudou-se a capacidade nutricional da , entrecasca e raspa da mandioca, obtida durante a lavagem e descascamento, com o objetivo de avaliar o seu aproveitamento para a fabricação de ração animal.

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE AMIDO DE MANDIOCA

CARTILHA SOBRE RESÍDUOS DE MANDIOCA

FERREIRA, Marcelo Silva Ferreira; SILVA, José Reinaldo Bastos da. UTILIZAÇÃO DA CASCA, ENTRECASCA E RASPA DA MANDIOCA NA ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES. Revista Brasileira de Agropecuária Sustentável (RBAS), v.1, n.2., p.64-66, Dezembro, 2011.

LIMA, B.S. et al. Mandioca na alimentação animal: Revisão de literatura. PUBVET, Londrina, V. 4, N. 37, Ed. 142, Art. 957, 2010.

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