A palavra gibão, nome de uma peça imprescindível de trabalho do vaqueiro Nordestino (não confundir com o primata de mesmo nome que tem sua origem em outro idioma), tem sua origem na palavra árabe-andalusiana aljuba (ár. and. aljúbba < ár. clás. jubbah).
A aljuba era uma vestimenta utilizada pelos muçulmanos medievais de al-Andalus (futuros Portugal e Espanha), fechada, apertada no torso e solta na cintura. As mangas começavam largas no ombro e se estreitavam até o pulso.
Acabou sendo também adotada pelos cristãos da Península que convivam com os muçulmanos andaluses, como peça de roupa de cima. Era feita de tecidos ricos e podia usar peles curtidas. O colarinho e os punhos eram geralmente adornados com bordas, faixas ou bordados.
Segundo o livro Compendio de indumentaria española:
” Na Espanha, uma das principais vestimentas, usada tanto pelos árabes como pelos castelhanos, era a aljuba, e que deu origem à especialidade dos aljubeteros. («Ordenações de Sevilha, segunda parte, fólio 173.) Era uma espécie de túnica ajustada na cintura e com saias largas ou saias que não ultrapassavam os joelhos, algo no estilo de nossas sobrecasacas; Abotoado na frente, de mangas largas. Na Crónica de D. Alfonso XI lê-se que «as murtas de Algeciras, com o seu irmão e filho, apareceram perante o rei com duas facas nas mangas do seu aljuba. “
É muito provável que gibão seja um aportuguesamento do termo espanhol jubón, este também uma variante do termo árabe e mais próximo etimologicamente de gibão. Os jubões eram trajes originários das aljubas, porém com algumas diferenças. Peças de roupa, com ou sem mangas, que cobre dos ombros à cintura ( mais semelhantes aos trajes dos vaqueiros ) justa e ajustada ao corpo, usadas tanto de forma civil quanto para fins militares.