O Plano de Intervenção do ELI Agro RN será apresentado na ANORC reunindo a cadeia produtiva do agro potiguar com empresas de diversos segmentos, startups, academia, além de instituições públicas e privadas. Plano de Intervenção Estratégico do Ecossistema Local de Inovação Agro, o ELI Agro, deverá criar ecossistemas para fomentar soluções inovadoras nos municípios do Estado, uma espécie de ‘Hub da Inovação’.
A metodologia do ELI Agro foi desenvolvida pelo Sebrae em parceria com a Fundação Certis e é aplicada para criar ecossistemas de inovação nos municípios. “O plano prevê uma atuação de curto a longo prazo, e abrange o pequeno produtor e o grande empresário rural, abrindo as porteiras para a academia, alunos, startups, tecnologias e investidores. Reunindo esse movimento em um hub de inovação que coloque o setor agropecuário e seus desafios no centro”, explica a gerente da Unidade de Desenvolvimento Rural do Sebrae-RN, Mona Paula Nóbrega.
Esse hub é definido como um lugar físico ou digital que reúna discussões sobre essa temática, trazendo os desafios dos produtores rurais para serem discutidos com quem detém a tecnologia ou que pode desenvolver pesquisa para resolver aquela necessidade.
O método inclui a identificação dos atores e áreas com maior potencial de inovação, a partir da análise de variáveis técnicas. Esses parâmetros envolvem potencial tecnológico, com a existência de cursos de mestrado e doutorado em áreas como engenharia, biotecnologia, entre outros, bem como vocação produtiva em segmentos com perfil na área de inovação e tecnologia, como empresas de química e materiais, além de softwares.
Após esse mapeamento, é construído um plano de intervenção junto com os atores de inovação locais para preencher lacunas e potencializar o desenvolvimento regional, ancorado nas atividades de inovação. Os setores prioritários para a iniciativa são os da agricultura, pecuária, aquicultura, pesca e produção florestal, que serão contemplados com ações táticas operacionais, como capacitação em cooperativismo e associativismo no campo, apoio à comercialização, fomento e incentivo ao turismo rural, programas de mentoria, desenvolvimento de lideranças, negócios e técnicas, capacitação a fim de aumentar a taxa de aprovação dos projetos nos bancos, entre outros.
“Então, o que é que a gente pretende com isso? Criar de fato um local propício para que a gente gere inovação, insira as universidades, mostre aos produtores que eles podem se apropriar de todo esse movimento para melhorar as suas cadeias produtivas, sua propriedade”, diz a gerente do Sebrae. Com isso, outros atores, como universidades, empresas de tecnologia, poderão olhar o potencial do agronegócio potiguar e como essas cadeias podem ser consumidoras de tecnologias podendo ser desenvolvidos novos negócios a partir disso.
“A intenção é levar essas experiências e as instituições para dentro da discussão, fazendo com que invistam, inclusive, em determinadas cadeias ou enxerguem oportunidades dentro da fruticultura, da bovinicultura ou da ovino-caprinocultura, por exemplo”, completa Nóbrega.
O Hub de inovação é uma das intervenções, mas a governança que foi criada definiu outras, como a estruturação de programas de inovação nas cadeias produtivas do agronegócio, fomento a articulação entre Institutos de Tecnologia e o mercado, desenvolvimento de uma política pública de fomento à regularização, estruturação de um fundo estadual de fomento para soluções inovadoras para o agro.
“O grande legado inicial é essa colaboração, essa interdependência entre todos os atores que compõem o ecossistema. Isso fazia muita falta dentro do universo rural, dentro da cadeia como todo”, diz Mona Nóbrega.
Participam do grupo de discussão mais de 80 atores, entre produtores, representantes de universidades e instituições financeiras. Entre as instituições envolvidas estão o Sebrae, Banco do Nordeste, Emgetec, Faern Senar, Anorc, SWSA, V&Vagro. O Ministério da Agricultura também apoia com a Secretaria da Inovação, que assinou protocolo junto ao Governo do Estado para fortalecer a inovação no setor agropecuário potiguar.
Plano do ELI Agro será apresentado no próximo dia 19
O evento para apresentação do Plano de Intervenção Estratégico do Ecossistema Local de Inovação Agro, o ELI Agro, vai ocorrer no próximo dia 19, na sede da Associação Norte-Rio-Grandense de Criadores do Rio Grande do Norte (ANORC), no Parque Aristóteles Fernandes, em Parnamirim. Na ocasião será apresentado para todo o ecossistema do agronegócio que foi mapeado como a proposta poderá aumentar a competitividade através da inovação, tecnologia e mecanização do campo.
“São vários objetivos estratégicos que foram definidos em conjunto com esse ecossistema. A gente identificou o grau de maturidade do ecossistema de inovação do agronegócio, mapeou os atores, identificou o grau de maturidade e uma série de intervenções que a gente pode fazer ao longo do ano”, conta Mona Nóbrega, do Sebrae-RN.
O evento, que acontece a partir das 10h, terá degustação de cachaças, queijos e frutas e será seguido por almoço. Contará ainda com a participação de Luís Roberto Barcelos da Agrícola Famosa e da agropecuarista Jardeline Braga, da Fazenda Zangalheira, que vão dividir suas experiências em suas respectivas áreas.
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